Fontes de Financiamento
Nos dias de hoje, nunca foi tão importante a fonte de financiamento e assim apostar na criação de novas empresas\negócios como agora. Não só para que assim seja possível renovar a nossa estrutura empresarial, mas também dotar o tecido empresarial de especialização, dando lugar ao aparecimento de novos empresários mais qualificados e com valor acrescentado. Tendo em conta a conjetura atual do país, cada vez mais os portugueses querem abrir uma empresa e assim criar o seu próprio posto de trabalho, no entanto é habitual que esse sonho pareça impossível devido essencialmente à falta de capital.
Consoante o tipo de projeto, a fase em que se encontra e os montantes de investimento necessários, existem formas distintas de financiamento disponíveis. Neste sentido, o inicio de um novo negócio sem o financiamento necessário torna-se muito arriscado, uma vez que este é um dos principais factores da mortalidade das empresas. Os bancos reclamam o que até há bem pouco tempo era uma exigência exclusiva do capital de risco - um bom plano de negócio. No plano de negócio deverá constar com exatidão o montante necessário (incluindo fundo maneio) para o início do empreendimento. Neste contexto torna-se essencial melhorar as competências dos futuros empreendedores para este processo, pois só assim irá garantir o sucesso do empreendimento. Segundo o autor Sarkar (2010) "as razões apontadas pelos especialistas nacionais para explicar o fraco apoio financeiro ao empreendedorismo em Portugal são a fraca disseminação de informação a potenciais investidores e o elevado nível burocrático, que retarda o processo para a utilização dos fundos disponíveis".
Neste sentido, o começo de um negócio sem o financiamento necessário é arriscado, sendo o principal fator de mortalidade das empresas. De acordo com o Instituto Politécnico de Leiria (IPL) em manual do empreendedor (2008), o capital que se precisa para financiar o projeto "são sempre escassos em relação aos fins a que se pretende que sejam afetos". Desta forma, tendo em consideração a fase em que se encontra uma empresa "existem formas e fontes distintas de financiamento "No entanto para os autores Ferreira, Santos e Serra (Ferreira et al., 2008) as fontes de financiamento mais utilizadas para iniciar uma empresa, são "as poupanças do próprio empreendedor, empréstimos da família e amigos, capital de outros investidores, bancos e sociedades locadoras, e sociedades de capital de risco". Figura 3: Fontes de financiamento de acordo com a fase em que se encontra a empresa Fonte: Instituto Politécnico de Leiria - Manual do empreendedor.
Cada instituição tem os seus próprios critérios sobre quais as áreas de atividade que apoiará. Cada instituição tem também as suas exigências específicas quanto ao modelo de apresentação de apresentação do plano de negócios. O empreendedor deve apresentar a sua proposta diretamente à instituição a que recorre, mas antes deve-se informar sobre todos os pormenores necessários a essa candidatura.
Podemos destacar desde logo o financiamento a curto/prazo, nunca mais de 18 a 24 meses, este tipo de financiamento normalmente destina-se a cobrir a tesouraria, descontos comerciais que possa usufruir, conta-correntes de clientes, trade finance e garantias bancárias. No que toca ao financiamento a médio-longo-prazo, podemos destacar o crédito ao investimento, o leasing imobiliário, o leasing mobiliário, o leasing operacional e o renting.
Quanto ao crédito bonificado existem vários apoios que normalmente são apoios a estatal, ou a nível da Comissão Europeia, onde se destacam os seguintes; linhas IEFP, Portugal 2020, BEI banco europeu de investimento ou do FEI fundo europeu de investimento. Se a opção do empreendedor for financiamento a nível do capital social, então esse financiamento poderá ser feito através do seu capital social, do capital de risco, do capital semente, dos business angels ou do crowdfunding. O empreendedor terá ainda de ter em conta os serviços associados ao dia-dia do seu negócio tais como; internet banking, transferências bancárias, cartões de débito, TPA físico/virtual.
A capacidade empreendedora dos jovens portugueses, faz com que os mesmos não procurem um emprego estável para toda a vida, até porque cada vez mais existe precariedade nos postos de trabalho altamente especializados, em virtude disso, cada vez mais ambicionam criar o seu próprio negócio e abraçar o empreendedorismo. Para iniciar uma nova atividade económica/negócio, não chega apenas ter uma boa ideia, é necessário capital. Ou o empreendedor dispõe de recursos próprios, ou o mais certo é ter de recorrer a financiamento para iniciar o empreendimento.
No que respeita a financiamento de novos projetos, não obstante o número crescente de soluções ancoradas na partilha de risco do Estado com os operadores para este segmento, tem vindo a estreitar-se a oportunidade de financiar novos negócios, e a aumentar o grau de exigência dos financiadores com destaque para a banca.
NUNO MILITÃO
CONSULTOR/FORMADOR GESTÃO